Há tempos não escrevia no caminho de volta para casa... È que foi tão aliviante sentar nesta poltrona macia, dentro de um ônibus tão vazio e, novo!
Não foi tal surpresa banal que me motivou a pegar o cardeninho e buscar na mochila carvernosa uma caneta, nem foram os chilenos vendendo na rua aquele mesmo som hippie e chato que escutava enquanto o ônibus cheirosinho não chegava.
Antes, bem antes, vinha reparando nas pessoas do trem, e observei seguidamente um velho. Pensei que os velhos têm sempre uma expressão ou algum traço marcante de tristeza, dureza, peso, cansaço, solidão.
Os olhos são pesados, a testa franzida sem mesmo querer franzi-la, às vezes faltam dentes... O homem parece tão frágil em tantos aspectos.
E penso: uma vida inteira pode ser tão ruim?
Saí do trem e seguindo o caminho senti um vento fresco em pleno centro, e me perguntei o motivo de gostar tanto da sensação do vento. Ou ainda, por que sempre o vento compõe meus textos?
Mas... Reparaste que os velhos também estão ultimamente presentes em minhas linhas? Será algum medo? Não! Porque o velho que descrevi no texto anterior é um velho apaixonante.
Enquanto os chilenos tocavam sua música, continuei me indagando sobre o vento, que traz novos ares. Isso é bom. O vento toca. Surgem novas idéias. Uma renovação. Um voto de esperança.
E não seriam os velhos conhecedores de muitos desses ares, das novas idéias, que já são caducas? Ou seriam os velhos o produto do tempo? Tendo semblantes tristes e pesados, as idéias não foram renovadoras? ?Não houve esperança?
Será que os velhos gostam do vento?
Fim da transmissão.
Não foi tal surpresa banal que me motivou a pegar o cardeninho e buscar na mochila carvernosa uma caneta, nem foram os chilenos vendendo na rua aquele mesmo som hippie e chato que escutava enquanto o ônibus cheirosinho não chegava.
Antes, bem antes, vinha reparando nas pessoas do trem, e observei seguidamente um velho. Pensei que os velhos têm sempre uma expressão ou algum traço marcante de tristeza, dureza, peso, cansaço, solidão.
Os olhos são pesados, a testa franzida sem mesmo querer franzi-la, às vezes faltam dentes... O homem parece tão frágil em tantos aspectos.
E penso: uma vida inteira pode ser tão ruim?
Saí do trem e seguindo o caminho senti um vento fresco em pleno centro, e me perguntei o motivo de gostar tanto da sensação do vento. Ou ainda, por que sempre o vento compõe meus textos?
Mas... Reparaste que os velhos também estão ultimamente presentes em minhas linhas? Será algum medo? Não! Porque o velho que descrevi no texto anterior é um velho apaixonante.
Enquanto os chilenos tocavam sua música, continuei me indagando sobre o vento, que traz novos ares. Isso é bom. O vento toca. Surgem novas idéias. Uma renovação. Um voto de esperança.
E não seriam os velhos conhecedores de muitos desses ares, das novas idéias, que já são caducas? Ou seriam os velhos o produto do tempo? Tendo semblantes tristes e pesados, as idéias não foram renovadoras? ?Não houve esperança?
Será que os velhos gostam do vento?
Fim da transmissão.