10 abril, 2006

The Great Gatsby




Sim, tem todo aquele luxo e futilidade dispensáveis... Geração Perdida... Mas Jay Gatsby é um romântico das antigas - e é isso que Great Gatsby significa para mim, algo verdadeiro em tempos de eloquências materiais...


"Sorriu compreensivamente - muito mais do que compreensivamente. Era um desses sorrisos raros que têm em si algo de segurança eterna, um desses sorrisos com que a gente talvez depare quatro ou cinco vezes na vida. Um sorriso que, por um momento, encarava - ou parecia encarar - todo o mundo eterno, e que depois se concentrava na gente com irresistível expressão de parcialidade a nosso favor. Um sorriso que compreendia a gente até o ponto em que a gente queria ser compreendido, que acreditava na gente como a gente gostaria de acreditar, assegurando-nos que tinha da gente exatamente a impressão que a gente, na melhor das hipóteses, esperava causar."

As grandes festas cheias de glamour oferecidas por Gatsby, eram muito animadas, que tal um pouquinho de jazz para entrar no clima?
Sobre o autor:

Um dos escritores da chamada "Geração Perdida", Francis Scott Fitzgerald, 1896, é considerado um dos maiores escritores americanos do século XX. Suas histórias, reunidas sob o título Contos da Era do Jazz, refletiam o estado de espírito da sociedade nos Estados Unidos.

Fitzgerald começou a carreira literária em 1920, com o romance This Side of Paradise, que abriu espaço para sua publicação seguinte The Beautiful and Damned.
Mudou-se para a França, após a internação de sua esposa num hospício, onde concluiu o terceiro e mais famoso de seus romances, The Great Gatsby,1925. Em 1934 publicou Tender is the Night, romance que o autor considerava sua melhor obra.

Confira também a bela filmagem de O Grande Gatsby, de Jack Clayton, com Robert Redford e Mia Farrow.

O Apanhador no Campo de Centeio

Medo, insegurança, pureza, conflito e, sobretudo juventude. Particularidades do comportamento humano em um momento único na vida de todos os indivíduos. Esse foi o recorte escolhido pelo nova-iorquino Jerome David Salinger ao retratar Holden Caulfield – um adolescente de dezessete anos à beira de um ataque de nervos.
O impactante romance “O Apanhador no Campo de Centeio” publicado no início dos anos 50, se por um lado celebrado como a bíblia da juventude, também causou polêmica por parte de críticos que não o consideraram uma obra literária de importância – por sua linguagem jovial recheada de gírias e palavrões que fazem parte da realidade da rapaziada. Controvérsias à parte, o fato é que Salinger deu voz a quem não tinha vez: o jovem, em plena geração pós-segunda guerra. Ninguém havia escrito sobre a juventude de tal forma, ou melhor, havia descrito a juventude – suas dúvidas, maluquices, receios, inconformismos, enfim, o autor plantou ali a semente da rebeldia que viria a se fortalecer ainda mais com a geração beatnik, poucos anos após a publicação de “THE CATCHER IN THE RYE”.
Salinger foi inovador ao chegar tão perto da existência e confusão de ser jovem, ao criar sua personagem – nosso ANTI-HERÓI – Holden Caulfield; um cara nada confiável, reprovado na escola, contestador, mentiroso, inteligente, sensível e muito cínico. Holden conquistou gerações – até hoje, em todo o mundo. Seu criador, no entanto, se tornou um mistério, com todo o sucesso de sua obra, Salinger fugiu dos holofotes, refugiando-se da sociedade, não dá entrevistas e muito menos permite ser fotografado, no duro.
Criador e criatura estão muito próximos, Holden nos conta em alguns trechos de seu desejo de ir para o Oeste, morar numa cabana, isolar-se – possível influência de Thoreau e Whitman – como fez seu inventor. Além disso, o inquieto Holden detesta cinema, assim como J. D. Salinger que até hoje não autorizou a adaptação para o cinema de sua maior criação. Tem mais, o autor serviu o exército na Segunda Grande Guerra – um breve comentário de Holden acerca de “Adeus às Armas” de Ernest Hemingway, livro que trata entre outras coisas, da Guerra Espanhola: “tinha no livro um sujeito chamado Tenente Henry que era considerado um bom sujeito e tudo. Não sei como o D.B. podia detestar tanto o exército e a guerra e tudo, e ao mesmo tempo gostar de um cretino daqueles”.
Em uma leitura superficial, pode-se resumir o romance como a passagem de um final de semana da vida de um jovem: não se sabe especificamente onde ele se encontra, mas sabemos que está sob tratamento mental em alguma instituição. A história de Holden é narrada a partir de um sábado na escola Pencey, na qual foi reprovado em algumas matérias e expulso. A caminho de casa, antes do tempo e sem o conhecimento de seus pais, Holden nos conta das pessoas que procurou, das que encontrou, dos novos lugares, sempre contando histórias, mentiras e criticando a todos, até encontrar-se com sua irmã mais nova Phoebe, em Nova Iorque.
Ingenuidade do leitor que não percebe a grande trajetória em questão. Holden Caulfield não é apenas um adolescente chato, mal resolvido e mal humorado. Ele é a passagem da infância para o mundo adulto e suas responsabilidades. E esse é o seu maior MEDO. Para o jovem rapaz, os adultos são falsos e mentirosos, perderam a inocência e a honestidade que as crianças têm. Holden diz que os adultos são falsos, ok, mas não percebe que ele mesmo está o tempo todo criticando e mentindo para as pessoas – é a forma que encontrou para se proteger, por se achar único, o que justifica o uso diário de seu chapéu de caça.
Numa tentativa fantasiosa para se justificar o garoto Caulfield inventa dois mundos: o da hipocrisia adulta e o da inocência infantil, querendo de qualquer forma permanecer puro – mesmo já corrompido por seu cinismo – essa fantasia fica clara quando Holden conta à Phoebe sobre sua vontade de ser o apanhador no campo de centeio: “fico imaginando uma porção de garotinhos brincando no campo de centeio. Milhares de garotinhos e ninguém por perto. Eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o quê eu tenho que fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo”. O diálogo entre os irmãos no qual Holden conta de seu desejo imaginário é a melhor sacada do livro, o título – inspirado num verso do poeta Robert Burns – e porque não dizer poético, é a metáfora desta transição tão temida por Caulfield. Ele estaria ali evitando que a inocência fosse perdida num abismo. Perder a pureza é tão ruim quanto cair num abismo, não tem volta.
Sobre o autor:
Jerome David Salinger nasce em Nova York, em 1919, filho de pai judeu e de mãe cristã. O escritor é um dos nomes mais importantes da literatura norte-americana deste século. Seu romance mais conhecido é O Apanhador no Campo de Centeio. A linguagem coloquial e humorística típica dos adolescentes revolucionaram a escrita literária da época.